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Unemat discute formação diferenciada na 1ª edição Indígena da 56ª SBPC
O projeto de formação de professores indígenas da Instituição é uma referência no País
Unemat discute formação diferenciada na 1ª edição Indígena da 56ª SBPC
21/07/2004 19:13:24
por Coordenadoria de Comunicação Social

No segundo dia de atividades da SBPC e a Ciência Indígena o debate foi sobre uma iniciativa pioneira da Unemat: projetos de formação de professores indígenas. No campus universitário de Barra do Bugres a Universidade em parceria com a Secretaria de Educação (Seduc) desenvolve o projeto 3º Grau Indígena. Fruto de uma iniciativa pioneira no País, os 200 acadêmicos indígenas do Projeto se formam em 2006.

A mesa-redonda coordenada pelo diretor do Instituto de Ciências Naturais e Tecnológicas, Antônio Malheiros, reuniu professores indígenas dos estados de Roraima e do Acre, o coordenador do 3º Grau Indígena, Elias Januário, e a técnica em Educação Terezinha Furtado (Seduc).

Nas quadras externas da UFMT, próximas ao museu Rondon, e diante de uma platéia composta por índios e não índios – somente de Barra do Bugres vieram 75 acadêmicos indígenas – a professora de Roraima, Irani Macuxi declarou que a 1ª edição da SBPC Indígena é um momento histórico para as universidades brasileiras e os povos indígenas do País.

Ela afirmou que os direitos dos povos indígenas somente serão garantidos com a organização das aldeias e seus representantes na “guerra de papéis” travada com o governo federal. “Se a constituição federal prevê direitos aos povos indígenas, eles devem ser cumpridos. Nós lutaremos por isso”, ressalta.

Em Roraima há cerca de 20 escolas de ensino médio diferenciadas, ou seja, com uma proposta pedagógica adaptada às características da cultura indígena.

A representante da Seduc observou ainda que a lei federal garante o ensino diferenciado aos povos indígenas e disse que no Estado existem cinco escolas diferenciadas, sendo quatro delas instaladas em aldeias Xavante, e outras quatro denominadas anexas, que funcionam nos municípios e atendem índios da região.

Na avaliação de Terezinha, é importante num projeto de educação indígena que o curso exerça uma mão dupla no processo de ensino-aprendizagem, com uma grade curricular flexível e dinâmica capaz de adaptar-se aos conhecimentos indígenas.

“É fundamental também a produção e divulgação dos conhecimentos indígenas com a finalidade de esclarecer a sociedade e superar preconceitos”, acrescenta.

Os acadêmicos do 3º Grau Indígena estarão apresentando durante a SBPC trabalhos que desenvolvem em suas aldeias. Um dos eixos do projeto é estimular a pesquisa com as características do saber indígena. “Eles vão apresentar os seus estudos específicos e diferenciados, com mérito acadêmico e qualidade; não é um conhecimento menor”, frisa.

Para Elias Januário as universidades irão aprender muito com os índios a partir do momento que começarem a trabalhar com a perspectiva não só de ensinar, mas também de aprender. “Dessa forma, a academia vai permitir de fato a manifestação da diversidade cultural das minorias étnicas do País”, finaliza.

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